Como saber e intervir no caso de dificuldades de aprendizagem?

Como saber e intervir no caso de dificuldades de aprendizagem?

Muitas crianças, adolescentes e jovens passam por situações diversas de dificuldades de aprendizagem.

As mesmas podem ser ligeiras, moderadas ou graves, temporárias ou contínuas ao longo do tempo, gerais ou específicas associadas a alguma disciplina ou matéria (sendo a matemática a mais comum).

Em alguns casos, essas dificuldades estão associadas a um diagnóstico ou perturbação – por exemplo:

  • Dislexia
  • Discalculia
  • Hiperatividade
  • Défice de atenção
  • Perturbações do espetro do autismo
  • Perturbações de desenvolvimento
  • Défices cognitivos
  • Paralisia cerebral
  • Síndrome Down

Em outros casos as mesmas têm a sua associação a outras questões sócio emocionais do aluno! Ou mesmo a variáveis contextuais, que remetem para a integração, bem-estar e envolvência do aluno na turma e na escola.

Contudo, é importante frisar que muitas vezes, os próprios encarregados de educação não se apercebem desse tipo de dificuldades de aprendizagem.

Na verdade, na grande maioria dos casos estas dificuldades são tão somente associadas a falta de estudo ou falta de hábitos de estudo.

Dificuldades de aprendizagem: A importância do acompanhamento

Como já percebemos, existe uma grande diversidade de situações que podem levar a dificuldades de aprendizagem.

Assim sendo, o primeiro passo para uma intervenção de qualidade no âmbito das mesmas passa por uma boa avaliação de cada caso. No centro Ser Mais fazemos essa avaliação.

Por avaliação, entende-se não só a aplicação de testes e provas que permitem a caraterização das funções cognitivas do aluno para aceder ao seu perfil de aprendizagem.

Um desses testes é a observação atenta da situação e a capacidade de ler a criança ou jovem. Procurando compreendê-lo enquanto pessoa e não só enquanto aluno.

Através da avaliação, procura-se também perceber as causas do insucesso do aluno, reunindo-se um conjunto de informação muito importante para preparar a intervenção.

De referir que uma boa intervenção deve passar por uma abordagem flexível, assente na criança/adolescente e nas suas necessidades e incluir a escola e a família.

Em alguns casos, a intervenção com a escola pode ser preponderante uma vez que podem existir fatores de sala de aula ou relacionais (aluno-aluno; aluno-professor) a contribuir para o problema.

Em outros casos, a intervenção com os pais, e a orientação e acompanhamento destes são especialmente importantes. Isso porque através da melhoria/alteração de algumas práticas educacionais é possível conseguir progressos importantes.

De qualquer modo, e em qualquer situação, o trabalho individual com o aluno é fundamental.

A importância da Intervenção centrada no aluno

A relação que se estabelece entre o técnico e a criança/jovem é determinante para o sucesso da intervenção.

O técnico deve:

  • Investir no conhecimento e compreensão do sujeito com quem vai trabalhar
  • Investigar as suas áreas de interesse, gostos e preferências
  • Interessar-se pela sua vida para além da escola e das dificuldades de aprendizagem

Em suma, participar do seu mundo, de modo a criar elos.

É muito importante que a criança/jovem se sinta confortável e motivada ao longo da intervenção e que se aplique nesta com tanta intensidade quanto lhe for possível.

Para o efeito, as sessões devem ser organizadas de modo a ser apelativas e motivantes, para além de trabalharem as áreas que interessa promover.

Neste sentido, o ideal são tarefas variadas e desafiantes, se possível com alguma componente lúdica ou de jogo. E, quando viável, enquadradas em algo motivante para a criança/jovem e que lhe desperte entusiasmo.

Por fim, é muito importante que ao longo da intervenção o técnico tenha bem presente os objetivos para cada criança/jovem. É preciso perceber quais as competências a desenvolver, áreas da cognição a promover…

Além disso deve estar familiarizado com as estratégias e modelos teóricos de atuação mais indicados e favoráveis para cada situação.

É desafiante conciliar uma boa intervenção do ponto de vista técnico com a capacidade de motivar e envolver a criança/jovem e de lhe devolver a confiança e a segurança.

Como vê, as dificuldades de aprendizagem podem efetivamente ser colmatas. Só existe a necessidade de trabalhar as mesmas corretamente.