Psicologia infantil - Será que estamos a criar crianças demasiado vulneráveis?

Psicologia infantil – Será que estamos a criar crianças demasiado vulneráveis?

A psicologia infantil é cada vez mais uma das áreas de maior importância no desenvolvimento de uma criança.

E, isso ocorre, pois estamos a criar cada vez mais crianças vulneráveis. Existe ainda a ideia de senso comum que negligenciar uma criança é prejudicial ao seu desenvolvimento. E até certo ponto esta questão está correta.

Contudo, o que se começa a compreender é que a proteção em excesso pode ser tão ou mais perigosa quanto a negligência.

As crianças de hoje em dia, devido ao excesso de proteção não têm a liberdade para cometer erros, brincar nas poças de água, correr em campos de milho ou simplesmente fazer castelos de terra.

Nós, enquanto pais, queremos protegê-los ao máximo. Por isso, não percebemos que ao protegê-los em demasia, estamos de fato a prejudicá-los. E, por vezes vezes isso no Centro Ser Mais.

Psicologia Infantil: A vulnerabilidade das crianças é culpa nossa?

Vários estudos têm sido feitos, e a comunidade de psicólogos compreendeu que uma criança cujos pais não sejam suficientemente atentos pode desenvolver algumas problemáticas emocionais.

Contudo, tende a readaptar-se para se proteger e manter equilibrada.

Já as crianças cujos pais são excessivamente protetores podem acabar por não conseguir desenvolver-se adequadamente. Isto leva a que a longo prazo precisem se consultas de psicologia infantil.

Outra das questões muito comuns relativamente a superproteção das crianças, tem a ver com o Bullying.

Dieter Wolke, Ph. D, Professor de Psicologia do desenvolvimento da Universidade de Warwick no Reino Unido e autor deste estudo, dá-nos um exemplo prático das consequências para a crianças de serem demasiado protegidas.

“A superproteção pode aumentar o risco das crianças se tornarem vítimas de Bullying”. De acordo com esta revisão de 70 estudos que englobam 200 mil crianças, pais que protegem os seus filhos de experiências negativas tornam-nos mais vulneráveis.

Pais atentos e que acompanham a vida diária dos seus filhos previnem o Bullying. Pais que protegem demasiado os seus filhos, aumentam os riscos destes se tornarem alvos mais fáceis.

E, como todos sabemos o Bullying é um dos maiores problemas do século XXI.

O objetivo dos pais, segundo o Dr. Wolke, é o de tornar as crianças competentes, efetivas e autónomas.

As crianças precisam de lidar com doses controladas de stress e de experiências negativas. Assim podem desenvolver estratégias para lidar futuramente com situações de perigo ou desgaste mais acentuados.

Como é que os pais e professores podem lidar com estas questões?

Em casos em que a superproteção já é uma realidade latente na vida dos jovens, a psicologia infantil acaba por ser a forma mais simples e prática de lidar com o problema e dar à criança uma forma de desenvolver as competências necessárias para a sua própria proteção futura.

Contudo, existem 5 aspetos a considerar de forma a tornar as crianças de hoje, em jovens que sabem desenrascar-se perante uma adversidade.

  • Ensine às crianças formas de resolver os seus problemas
  • Mostre-lhes a importância de saber gerir os conflitos com os outros, recorrendo à lógica, à empatia e à sua capacidade de dialogar
  • Ajude-os a desenvolver a inteligência emocional – a IE permite-nos tornar-nos mais auto conscientes, gerir emoções, ser socialmente consciente e gerir a relação com os outros
  • Ensine-os a definir e a gerir expectativas
  • Não faça por eles. Ensine-os a fazer por si próprios

Como vê, existem inúmeras formas de ajudá-los a ser crianças mais felizes e saudáveis. A par disso mesmo, a psicologia infantil pode ajudar independentemente de haver ou não superproteção.